Doenças emergentes na suinocultura: Senecavirus A Simbios Biotecnologia

Doenças emergentes na suinocultura: Senecavirus A

O Senecavirus A (SVA) causa grave doença vesicular em suínos, semelhante à febre aftosa, conforme já abordamos em conteúdos anteriores. A patologia foi descrita apenas a partir de 2012, associando perdas neonatais, diarreia e alta mortalidade em leitões, além de lesões em adultos. No Brasil, afeta cerca de 80% dos criadores. Seu controle se baseia em medidas de higiene e biosseguridade, já que não há vacina comercial disponível.

Tanto a classificação filogenética como a subdivisão de cepas e linhagens do SVA ainda não foram claramente definidas, pois a compreensão de sua diversidade genética e epidemiologia molecular é limitada, devido à baixa disponibilidade de sequências genéticas do vírus e origem geográfica restrita. 

Além disso, verificam-se variações de classificação conforme o fragmento sequenciado: o agrupamento da região VP1, por exemplo, permite a classificação em três clusters temporais. O cluster I inclui o protótipo SVV-01, o cluster II abriga as cepas "históricas" dos EUA e o cluster III é composto por cepas "contemporâneas" isoladas nos Estados Unidos, Brasil, Canadá, China, Tailândia e Colômbia. No cluster III, o sequenciamento da região VP1 revela que os isolados tendem a agrupar-se de acordo com o país de origem (2). Em estudos filogenéticos utilizando genomas, as cepas de SVA formam oito ramos evolutivos distintos, incluindo o clado ancestral e os clados I a VII (3). 

Desde 2019, a Simbios Biotecnologia fornece kits e serviços em biologia molecular para detecção precisa e específica de SVA. O teste padrão-ouro para o diagnóstico etiológico do SVA é a detecção por RT-qPCR, reconhecida por sua rapidez, sensibilidade e especificidade. Através dessa técnica, é possível analisar diferentes espécimens, como amígdalas e linfonodos, que podem ainda conter o vírus mesmo após a fase virêmica. Além da RT-qPCR, o método de sequenciamento é relevante, considerando a falta de vacinas comerciais e a rápida evolução e propagação do vírus. 

Os dados gerados com sequenciamento auxiliam na compreensão de particularidades das cepas circulantes numa determinada região, permitindo o monitoramento da propagação do vírus e padrões de transmissão através da comparação das sequências genéticas.

Tendo em vista a importância do sequenciamento genético para a prevenção e o controle da doença, além das variações de classificação conforme o fragmento alvo do sequenciamento, a Simbios Biotecnologia passa a oferecer o sequenciamento de SVA baseado em quatro regiões gênicas - VP1, VP2, VP3 e VP4, para classificação de cepas e vigilância epidemiológica molecular das populações virais.


Vannucci, F. A., Linhares, D. C. L., Barcellos, D. E. S. N., Lam, H. C., Collins, J., & Marthaler, D. (2015). Identification and complete genome of Seneca Valley virus in vesicular fluid and sera of pigs affected with idiopathic vesicular disease, Brazil. Transboundary and emerging diseases, 62(6), 589-593.

Segalés, J., Barcellos, D., Alfieri, A., Burrough, E., & Marthaler, D. (2017). Senecavirus A: an emerging pathogen causing vesicular disease and mortality in pigs?. Veterinary pathology, 54(1), 11-21.

Zeng, W., Yan, Q., Du, P., Yuan, Z., Sun, Y., Liu, X., ... & Zhao, M. (2023). Evolutionary dynamics and adaptive analysis of Seneca Valley virus. Infection, Genetics and Evolution, 113, 105488.

Zhang, X., Zhu, Z., Yang, F., Cao, W., Tian, H., Zhang, K., ... & Liu, X. (2018). Review of Seneca Valley virus: a call for increased surveillance and research. Frontiers in microbiology, 9, 351380.