No início de 2013 a Comissão Europeia aprovou planos para a realização de testes aleatórios de DNA em produtos cárneos em todos os Estados-Membros e 11 dos maiores fornecedores de alimentos do Reino Unido declararam que estão "trabalhando contra o relógio para completar o teste mais abrangente de produtos de carne bovina processada já realizado, em qualquer lugar do mundo". No entanto, episódios de adulteração de carne não estão restritos a carne de cavalo, e certamente não são limitados à UE. Atualmente, técnicas de DNA são consideradas as mais adequadas para identificar espécies, pois o DNA está presente e é idêntico em todos os tipos de tecidos, é relativamente estável mesmo a altas temperaturas, e está diretamente relacionado à diversidade, e portanto diferenciação de espécies. A fraude na composição do alimento é questão crítica para a indústria: os consumidores dependem da declaração precisa e completa dos constituintes de alimentos que lhes permitam fazer escolhas coerentes com os seus estilos de vida. A fidelidade à marca pode ser severamente comprometida. O teste de DNA possibilita o monitoramento do produto e oferece evidência de autenticidade, descartando também, graças à elevada sensibilidade, os riscos de contaminação de processos.
Técnicas de biologia molecular evidenciam DNA de origem animal em rações e seus componentes, permitindo a identificação da espécie envolvida, com elevada especificidade e sensibilidade. A Simbios desenvolveu modalidades de análise utilizando o gene citocromo B do DNA mitocondrial como alvo, que apresenta múltiplas cópias por célula (50 a 100) – motivo pelo qual é utilizado por diversos autores, que destacam sua utilização para aumentar a sensibilidade de detecção (Matsunaga, 1999; Herman, 2001). O gene apresenta alto grau de variação entre as espécies de vertebrados, não estando presente em plantas. E com base nas modificações nas sequências do gene, é possível realizar a distinção entre diferentes espécies (Krcmar, 2003; Herman, 2001; Matsunaga, 1999). Os procedimentos utilizados nos testes foram desenvolvidos a partir do protocolo validado na Europa (Krcmar, 2001), seguindo a mesma proporção de amostra por volume de reagentes e a mesma quantidade de amostra amplificada por reação. Os testes de detecção tem o objetivo de avaliar a presença de material derivado das espécies alvo em amostras de rações e em seus componentes (farinhas de origem animal).
Especificidade - Resultados positivos para amostras bovinas e negativos para ovinos, caprinos, equinos, suínos, galinha e peru.
Sensibilidade - 0,031% de proteína animal de bovinos.
Especificidade - Resultados positivos para amostras de ovino e negativos para bovinos, equinos, suínos, galinha e peru.
Sensibilidade - até 0,32 ng de DNA extraído por reação (ou 0,32% do DNA extraído, conforme RENTSCH et al., 2013).
Especificidade - Resultados positivos para amostras de suíno e negativos para ovinos, caprinos, equinos, bovinos, galinha e peru.
Sensibilidade - 0,025% de proteína animal de suínos.
Especificidade - Resultados positivos para amostras de galinha e peru e negativos para bovinos, ovinos, caprinos, equinos e
suínos.
Sensibilidade - 0,125% de proteína animal de galinha ou peru.