Serviços de Análises Simbios Biotecnologia

Serviços de diagnóstico pela Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR)

- clique nos links da 2ª coluna para obter informações mais detalhadas. 
- na coluna da direita, em fundo claro, a alternativa de kit NewGene para executar a rotina em seu laboratório.


CÃES

Modalidade

(Aplicação)

Agente

Amostra

NewGene

bbc

(detecção DNA)

Babesia canis

Sangue total em EDTA.

BBCAmp

bbcq

(quantitativo DNA)

cadvtip

(detecção DNA e diferenciação)

Adenovírus Canino - CAdV-1 e CAdV-2

Sangue total em EDTA, fezes frescas ou suabe retal, urina, biopsia de tecido hepático.

Com sintomas respiratórios: suabe nasal e/ou conjuntival.


ccov

(detecção RNA)

Coronavírus Canino - CCoV

Fezes ou suabe retal.

CCOVAmp

ccovq

(quantitativo RNA)

cdv

(detecção RNA)

Vírus da Cinomose Canina - CDV

Suabe de conjuntiva, nasal, de orofaringe,  ou retal. Ou fezes, sangue total com EDTA, urina, soro, plasma ou LCR.

CDVAmp

cdvq

(quantitativo RNA)

cpiv

(detecção RNA)

Vírus da Parainfluenza Canina 

- CPiV

Suabe nasofaríngeo, lavado traqueal ou bronco-alveolar.


cpv2

(detecção DNA)

Parvovírus Canino

Tipo 2 - CPV-2

Aborto: placenta, ou baço, fígado, rins

e conteúdo estomacal fetal.

Adultos: sangue total com EDTA, fezes frescas ou suabe retal.

CPVAmp

cpv2q

(quantitativo DNA)

ec

(detecção DNA)

Ehrlichia canis

Sangue total em EDTA.

ECAmp

ecq

(quantitativo DNA)

lpt

(detecção DNA)

Leptospira sp. - cepas patogênicas

Urina, soro, líquor e

órgãos (rins e fígado, especialmente).


LPTAmp

lptq

(quantitativo DNA)

lvc

(detecção DNA)

Leishmania infantum

Sangue total em EDTA e peças de biópsia / necropsia.

LVCAmp

lvcq

(quantitativo DNA)

rvit

(detecção DNA)

Rangelia vitalii 

Sangue total em EDTA; medula óssea em EDTA, linfonodos, plexo coroide, rins, pulmões e região medular da glândula adrenal.

RVITAmp

rvitq

(quantitativo DNA)

GATOS

fcov

(detecção RNA)

Coronavírus Felino - FCoV

Sangue total em EDTA, fezes ou suabe retal.

FCOVAmp

fcovq

(quantitativo RNA)

felvv

(virion detecção)

Vírus da Leucemia Felina - FeLV

Sangue total em EDTA e peças de biópsia / necropsia.

FELVAmp RT

felvvq

(virion quantitativo)

felvp

(pró-vírus detecção)

FELVAmp

felvpq

(pró-vírus quantitativo)

fivv


(virion detecção)

Vírus da Imunodeficiência Felina - FIV

Sangue total em EDTA e peças de biópsia / necropsia.

FIVAmp RT

fivvq

(virion quantitativo)

fivp

(pró-vírus detecção)

FIVAmp

fivpq

(pró-vírus quantitativo)

fpv

(detecção DNA)

Vírus da Panleucopenia Felina - FPV

Sangue total em EDTA, fezes ou suabe retal. LCR, tecido encefálico.

FPVAmp

fpvq

(quantitativo DNA)

lpt

(detecção DNA)

Leptospira sp. - cepas patogênicas

Urina, soro, líquor e

órgãos (rins e fígado, especialmente).


LPTAmp

lptq

(quantitativo DNA)

lvc

(detecção DNA)

Leishmania infantum

Pele, membranas mucosas, gânglios linfáticos, medula óssea, sangue total em EDTA ou qualquer outro tecido afetado.

LVCAmp

lvcq

(quantitativo DNA)


  • Trabalhar com instrumentos e embalagens estéreis ou novos. 
  • Para coleta em suabes ou FTAs, utilizar as peças anatômicas ou secreções indicadas para cada modalidade.
  • Amostras em formol e parafina são inviáveis para todas as modalidades.
  • Para requisições fora destas especificações, consulte setor técnico da Simbios





  • CÃES





    Babesia canis

    bbc - Detecção DNA

    bbcq - Quantitativo DNA

    A babesiose canina, ou piroplasmose canica, é doença provocada por hemoprotozoários transmitidos por carrapatos, comum e clinicamente significativa, com distribuição mundial. Nos cães, a infecção resulta em ampla variedade de apresentações clínicas: de doença subclínica a doença grave caracterizada por febre, palidez, icterícia, esplenomegalia, fraqueza e colapso associados a hemólise intra e extravascular, lesão hipóxica, inflamação sistêmica, trombocitopenia e pigmentúria. O diagnóstico em cães cronicamente infectados e portadores, no entanto, continua sendo desafio significativo devido a parasitemias muito baixas e muitas vezes intermitentes. A falha em detectar parasitas em animais com anemia hemolítica ou trombocitopenia leva a diagnóstico incorreto muitas vezes, principalmente quando a suspeita clínica de babesiose também é baixa. A aplicação da PCR aumenta muito a sensibilidade e especificidade da detecção do parasita e é adequada para estudos epidemiológicos e filogenéticos, uma vez que a morfologia do parasita é guia inadequado para a especiação.




    Adenovírus Canino - CAdV-1

    cadv - Detecção DNA

    cadvq - Quantitativo DNA

    Adenovírus caninos dos tipos 1 (CAdV-1, Canine adenovirus 1) e 2 (CAdV-2, Canine adenovirus 2) causam hepatite infecciosa canina e doença respiratória infecciosa dos canis. Os CAdVs possuem DNA de dupla hélice linear como material genético e são do gênero Mastadenovirus, da família Adenoviridae.

    As manifestações clínicas das infecções são variáveis e frequentemente inespecíficas conforme o tipo viral infectante. O CAdV-1 induz doença sistêmica e o quadro clínico associado à hepatite infecciosa canina abrange desde letargia, perda de peso e inapetência até enterite grave, hepatite, pneumonia, coagulação intravascular disseminada e morte súbita. Já o CAdV-2 se replica principalmente no epitélio respiratório, induzindo doença leve e autolimitada, ocasionalmente com episódios graves de tosse seca paroxística e descarga nasal normalmente devido a coinfecções com outros dois patógenos respiratórios: a bactéria Bordetella bronchispetica e o vírus da parainfluenza canina (CPiV, Canine parainfluenza virus).

    Infecções causadas por CAdV podem ocorrer em várias espécies de mamíferos, mas elevada suscetibilidade é relatada principalmente em caninos domésticos e silvestres. A vacinação de cães utiliza vírus vivo modificado CAdV-2 que, a princípio, apresenta proteção cruzada para ambos tipos. Apesar da vacina constar dos protocolos de imunização, a infecção por CAdV tem sido reportada em cães domésticos em todo o mundo. Além disso, foram relatadas infecções severas e frequentemente fatais em espécies silvestres, principalmente por CAdV-1.

    O diagnóstico é geralmente clínico. A confirmação laboratorial pode envolver isolamento viral e ensaios imunológicos. No entanto, esses métodos geralmente não diferenciam CAdV-1 e CAdV-2 que são antigenicamente e geneticamente relacionados. Já os métodos de Biologia Molecular possibilitam detectar o gênero e diferenciar os tipos virais, possibilitando realizar diagnóstico preciso, com aplicação no manejo clínico de cães e outros carnívoros.





    Coronavírus Canino - CCoV

    ccov - Detecção RNA

    ccovq - Quantitativo RNA

    O coronavírus canino (CCoV, Canine coronavirus) é causador da coronavirose, doença caracterizada por gastroenterites de diferentes gravidades em cães. A partícula viral é envelopada e possui RNA de fita simples positiva. O CCoV é do gênero Alfacoronavirus da família Coronaviridae. O vírus é eliminado com altos títulos nas fezes de animais infectados. A contaminação ocorre pela via oral e o processo infeccioso geralmente está restrito ao trato gastrointestinal, com sinais clínicos típicos de gastroenterite (perda de apetite, vômitos, diarreia fluida e desidratação). A infecção pela maioria das cepas de CCoV é localizada no intestino delgado, resultando em quadro leve, mas infecções graves, muitas vezes multissistêmicas, também têm sido reportadas.

    Linhagens e cepas de CCoVs confundem-se com as de coronavírus felinos (FCoVs, Feline coronavirus), todas podendo resultar em infecções com graus variados de sintomas, desde quadros assintomáticos até coronavirose hemorrágica grave (em cães) e peritonite infecciosa (em gatos). Esses coronavírus (CCoVs e FCoVs) circulam amplamente em populações de animais domésticos e selvagens, principalmente carnívoros. Tem sido proposto que as linhagens evoluíram a partir de um vírus ancestral comum, com eventos de recombinação e mutação e que a grande maioria delas pode resultar em infecções com graus variados de gravidade em cães e gatos domésticos e selvagens.

    Animais com suspeita de infecção pelo CCoV são usualmente avaliados por métodos imunológicos (tipo ELISA), principalmente com testes rápidos imunocromatográficos (SNAP, ALERE), que detecta antígenos do CCoV (Spike) e do CPV-2 (VP2) nas amostras, principalmente fezes.

    Métodos de Biologia Molecular são rápidos, sensíveis e específicos para detecção de CPV-2 em amostras clínicas. A PCR em tempo real (qPCR) permite a obtenção de dados detecçãos (detecção) e quantitativos (carga viral) em infecções sistêmicas.





    Vírus da Cinomose Canina - CDV

    cdv - Detecção RNA

    cdvq - Quantitativo RNA

    O vírus da cinomose canina (CDV, canine distemper virus) é agente etiológico da cinomose. Apresenta envelope e genoma de RNA simples de sentido negativo e pertence ao gênero Morbillivirus da família Paramyxoviridae. Os focos de infecção são principalmente membranas mucosas e tecidos linfoides. O vírus se replica inicialmente no trato respiratório, disseminando-se posteriormente para outros locais (trato gastrointestinal, linfonodos, bexiga, sistema nervoso central) e resultando em infecção subclínica ou clínica, com lesões respiratórias, oculares, gastrointestinais, neurológicas e cutâneas que aparecem simultaneamente ou sequencialmente. A infecção pode se tornar crônica, com a possibilidade de ocorrência contínua de sinais nervosos doença ou apresentar evolução clínica bastante grave em cães domésticos, muitas vezes resultando em óbito.

    Infecções pelo CDV também ocorrem em outros mamíferos, incluindo diversos animais silvestres, principalmente carnívoros e a cinomose é uma das principais doenças infecciosas na rotina clínica de cães no mundo inteiro. Existem vacinas com vírus vivo modificado que são recomendadas especialmente para cães domésticos.

    A RT-PCR têm sido aplicada com sucesso no diagnóstico de rotina da cinomose canina. Protocolos de PCR em tempo real (qPCR) permitem a obtenção de dados detecçãos (detecção) e quantitativos (carga viral), possibilitando a rápida detecção de animais infectados e a determinação da carga viral no acompanhamento de infecções agudas e crônicas.





    Vírus da Parainfluenza Canina - CPiV

    cpiv - Detecção RNA

    cpivq - Quantitativo RNA

    O vírus da parainfluenza canina (CPiV, Canine parainfluenza virus) está associado à doença respiratória infecciosa canina, juntamente com a bactéria Bordetella bronchiseptica e o adenovírus canino tipo 2 (CAdV-2). Essa doença também é denominada traqueobronquite infecciosa canina e tosse dos canis. O CPIV é envelopado e possui genoma de RNA simples de sentido negativo e pertence ao gênero Rubulavirus da família Paramyxoviridae.

    O CPiV é altamente contagioso, sendo excretado do trato respiratório de animais com infecção aguda. A transmissão é predominantemente por aerossóis, embora os fômites também tenham provavelmente papel importante. A disseminação do CPiV nos cães infectados começa de 2 a 10 dias após a exposição, antes do início dos sinais clínicos. A doença respiratória infecciosa canina geralmente ocorre de 2 a 8 dias após a exposição, com apresentação clínica típica de tosse seca, por 2 a 6 dias. Descarga nasal, faringite e amigdalite também podem ocorrer, mas a febre é geralmente leve ou ausente.

    O CPIV pode ser detectado por cultura celular, mas o método não é muito sensível. A detecção molecular pela PCR é o método mais rápido, sensível e específico para identificar o vírus.





    Parvovírus Canino Tipo 2 - CPV-2

    cpv - Detecção DNA

    cpvq - Quantitativo DNA

    O parvovírus canino tipo 2 (CPV-2, Canine parvovirus 2) causa parvovirose, que se caracteriza clinicamente como gastroenterite aguda, com ampla ocorrência em filhotes de cães. O vírus não apresenta envelope e possui DNA genômico de fita simples como material genético. Taxonomicamente, pertence ao gênero Protoparvovirus da família Parvoviridae.

    A contaminação com o CPV-2 ocorre geralmente pelo contato direto ou indireto com fezes infectadas. Cães que desenvolvem a doença mostram sinais de letargia, vômito, febre e diarreia (geralmente com sangue) entre 3 e 7 dias. As análises patológicas demonstram necrose do músculo cardíaco associada à infiltração celular mononuclear. A formação de tecido fibroso (fibrose) ocorre em cães sobreviventes. A doença pode levar à infecção generalizada em recém-nascidos e causar lesões e replicação viral em outros tecidos: cérebro, fígado, pulmões, rins e córtex adrenal. O revestimento dos vasos sanguíneos também é severamente afetado, o que resulta em hemorragias.

    Infecções causadas pelo CPV-2 ocorrem em diversos mamíferos domésticos e silvestres e, apesar de existirem vacinas com vírus vivo modificado para os cães domésticos, a parvovirose está amplamente disseminada no mundo inteiro, principalmente no Brasil, consistindo em uma das principais infecções virais em cães domésticos.

    Animais com suspeita de parvovirose são usualmente avaliados por métodos imunológicos (tipo ELISA), principalmente com o uso de testes rápidos imunocromatográficos (SNAP, ALERE), que detectam antígenos do CPV-2 nas amostras, principalmente fezes. Testes confirmatórios de ELISA ou hemaglutinação (HA) podem ser realizados em laboratórios especializados.

    Métodos de Biologia Molecular são rápidos, sensíveis e específicos para detecção de CPV-2 em amostras clínicas. Protocolos de PCR em tempo real (qPCR) permitem a obtenção de dados detecçãos (detecção) e quantitativos (carga viral), possibilitando a rápida detecção de animais contaminados e a determinação da carga viral em infecções sistêmicas.





    Ehrlichia canis

    ec - Detecção DNA

    ecq - Quantitativo DNA

    Ehrlichia canis é agente etiológico da erliquiose monocítica canina (EMC), também conhecida como pancitopenia canina tropical, febre hemorrágica canina ou tifo canino. A bactéria é gram-negativa e pertence à família Anaplasmataceae da ordem Rickettsiales, caracterizada pelo parasitismo intracelular obrigatório.

    A transmissão de E. canis ocorre por picada do carrapato canino marrom comum (Rhipicephalus sanguineus), vetor e reservatório deste patógeno. Também pode ser transmitida por transfusão sanguínea. Após a contaminação inicial, o período de incubação varia de 7 a 21 dias. Os sinais clínicos são variáveis conforme a fase da infecção. Na fase aguda, ocorrem normalmente febre, falta de apetite e perda de peso. Eventualmente o animal pode apresentar sangramento nasal, urinário, vômitos, manchas avermelhadas na pele e dificuldades respiratórias. Já na fase crônica, a perda de peso se acentua e ocorrem dores no abdômen, aumento do baço, do fígado e dos linfonodos, depressão, pequenas hemorragias, edemas nos membros e maior facilidade em adquirir outras infecções. A doença pode assumir características auto-imunes, comprometendo o sistema imunológico.

    O diagnóstico precoce é fundamental para a recuperação. Normalmente é realizado pelos sinais clínicos. Também são sugestivas as alterações no hemograma, sendo a anemia e a trombocitopenia as mais evidentes. A visualização do agente (mórulas) no interior dos neutrófilos no exame microscópico permite diagnóstico mais preciso, no entanto, é comum não encontrar o patógeno neste exame.

    A PCR é método de diagnóstico eficaz que detecta DNA de E. canis no sangue do animal. É especialmente indicada nos casos de recidiva dos sinais clínicos e laboratoriais, quando se torna importante confirmar a presença do parasito para descartar outras causas de anemia e trombocitopenia.





    Leishmania infantum

    lvc - Detecção DNA

    lvcq - Quantitativo DNA

    A leishmaniose canina é doença infecciosa sistêmica grave, endêmica no Oriente Médio, América do Sul e na bacia do Mediterrâneo. É causada por parasitas protozoários do gênero Leishmania. É considerada como importante zoonose, com os cães apontados como principais reservatórios do parasita. As características clínicas variam amplamente como consequência dos numerosos mecanismos patológicos envolvidos no processo da doença e da diversidade das respostas imunes para Leishmania infantum por hospedeiros individuais, seja em humanos, ou em outros mamíferos. Por essa razão, o diagnóstico é extremamente desafiador dadas as manifestações clínicas diversas e inespecíficas e devido à alta taxa de soroprevalência em cães subclínicos e assintomáticos em áreas endêmicas. Na prática clínica, o veterinário geralmente se depara com casos compatíveis ou sugestivos de leishmaniose canina, de acordo com os sintomas e com vários testes diagnósticos, às vezes com resultados contraditórios. Como uma das características da leishmaniose é a manutenção de parasitas residuais ou latentes após o tratamento, abordagens quantitativas são necessárias, não apenas para elucidar o status de cães PCR positivos em áreas endêmicas, mas também no monitoramento da parasitemia no pós-tratamento e no desenvolvimento de vacinas ou drogas. A detecção de PCR em tempo real está substituindo métodos convencionais da PCR e nested PCR no diagnóstico e no acompanhamento de muitas doenças, fornecendo a capacidade de realizar medições muito sensíveis, precisas e reprodutíveis de DNA específico presente em uma amostra.





    Leptospira - cepas patogênicas

    lpt - Detecção DNA

    lptq - Quantitativo DNA

    A leptospirose é infecção bacteriana com distribuição mundial, considerada reemergente em todo o mundo, com casos que estão aumentando. Pode afetar a maioria dos mamíferos, mas algumas espécies parecem mais suscetíveis, como o cão e o ser humano. A vacinação em cães contra L. canicola e L. icterohaemorrhagiae tem sido usada desde 1970, mas a prevalência da doença clínica vem aumentando desde meados da década de 1990. É provável que ocorra subdiagnóstico, particularmente em animais de estimação vacinados, pois o veterinário pode presumir proteção desconsiderando os outros sorovares da doença clínica (envolvimento hepático ou renal e gastroenterite hemorrágica, pirexia e sinais respiratórios, entre outros). Os sinais clínicos podem afetar vários órgãos e incluem: febre, vômito, diarreia, alteração do apetite, dor abdominal, tremedeiras, dor muscular ou fraqueza, desidratação, oligúria, anúria (às vezes poliúria ou polidipsia), choque, taquicardia, arritmias, letargia, distúrbios hemorrágicos, tosse, dispneia ou taquipneia (rinite, amigdalite em alguns casos), icterícia, encefalopatia hepática, conjuntivite, uveíte, entre outros.
    As leptospiras comumente infectam os rins e o fígado e o diagnóstico deve ser considerado em pacientes que apresentam icterícia aguda, lesão hepática ou renal. As leptospiras também podem infectar pulmões, baço, células endoteliais, olhos, músculos (coração e esqueleto), meninges, pâncreas e trato genital. A síndrome da hemorragia pulmonar leptospiral (LPHS) é uma forma grave emergente da infecção relatada em pessoas e cães. As leptospiras são disseminadas na urina e a bactéria pode persistir nos túbulos renais por muito tempo e, assim, contribuir para a contaminação ambiental contínua. A infecção em hospedeiros acidentais pode ocorrer por contato direto com membranas mucosas ou em feridas na pele ou, mais comumente, indiretamente por contato com solo ou água contaminada com urina de animais infectados. Uma vez que as leptospiras invadam através da pele ou membranas (incluindo conjuntivas), elas se espalham rapidamente e podem ser encontradas no sangue por até 10 dias após o início dos sinais clínicos. Após esse período de leptospiremia, os organismos se localizam em locais de tecidos protegidos: rins, fígado, útero gravídico, baço, sistema nervoso central, olhos e túbulos renais proximais, de onde podem ser excretados por meses.
    A PCR específica para a detecção de DNA de Leptospira patogênica pode ser usada ​​para uma variedade de amostras, incluindo sangue, urina e tecidos. Dependendo da cepa infectante e da resposta do hospedeiro, as leptospiras são geralmente encontradas no sangue durante os primeiros 10 dias de infecção e, posteriormente, os organismos serão encontrados na urina.





    Rangelia vitalii 

    rvit - Detecção DNA

    rvitq - Quantitativo DNA

    Rangeliose canina é doença hemolítica e hemorrágica, transmitida por carrapatos, causada pelo parasita protozoário Rangelia vitalii que infecta eritrócitos, leucócitos e células endoteliais dos capilares sanguíneos. A rangeliose canina tem sido diagnosticada em cães domésticos não só no Brasil, mas também em outros países da América do Sul (Argentina e Uruguai). A infecção por Rangelia vitalii também foi encontrada incidentalmente no Brasil em cães selvagens (Cerdocyon thous, o cachorro-do-mato).

    Cães infectados com Rangelia vitalii podem apresentar descoloração amarelada das membranas mucosas e da pele (icterícia), palidez das mucosas (anemia), febre intermitente, apatia, perda de apetite, desidratação, fraqueza, perda de peso, hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia generalizada, edema de membros posteriores, petéquia da mucosa, hematêmese e diarreia sanguinolenta. Os sinais clínicos típicos da rangeliose canina incluem sangramento persistente das narinas, cavidade oral, olhos e superfície lateral das orelhas. O curso clínico varia de apenas alguns dias a até 3 meses. Durante a fase aguda da doença, os animais ficam apáticos, fracos, com febre e suas membranas mucosas são pálidas ou amarelas. Os animais sucumbem à doença dentro de 3 a 5 dias após os primeiros sinais clínicos serem observados se não forem tratados adequadamente.

    O diagnóstico de rangeliose canina em um animal vivo é baseado na história, sinais clínicos, curso da doença, hemograma, avaliação de esfregaço de sangue periférico, resposta à terapia e testes moleculares de sangue (PCR ou qPCR). Dupla infecção com Rangelia vitalii e Babesia spp. é possível em áreas onde esses dois piroplasmas coexistem e isto representa desafio diagnóstico adicional para o patologista clínico, uma vez que possuem morfologia semelhante. O diagnóstico definitivo de rangeliose canina em um animal vivo deve considerar a detecção do organismo por PCR no sangue.





    GATOS





    Coronavírus Felino - FCoV

    fcov - Detecção RNA

    fcovq - Quantitativo RNA

    O coronavírus felino (FCoV, Feline coronavirus) é o causador da peritonite infecciosa felina (PIF). A partícula viral é envelopada e possui RNA de fita simples positiva. O FCoV pertence ao gênero Alfacoronavirus da família Coronaviridae.

    A contaminação pelo FCoV ocorre pela via oral e o processo infeccioso geralmente está restrito ao trato gastrointestinal, com evolução assintomática ou gastroenterite leve. Infecções entéricas mais graves são raras, no entanto, a permanência do FCoV no hospedeiro, principalmente em animais imunodeprimidos (como nas coinfecções com FIV e FeLV, por exemplo), pode resultar na peritonite infecciosa felina (PIF), seja na forma seca ou úmida.

    Linhagens e cepas de FCoV confundem-se com as de coronavírus caninos (CCoVs, Canine coronavirus), a grande maioria podendo evoluir para PIF. Esses coronavírus (CCoVs e FCoVs) circulam amplamente em populações de animais domésticos e selvagens, principalmente carnívoros. Tem sido proposto que as linhagens evoluíram a partir de um vírus ancestral comum, com eventos de recombinação e mutação, e que a grande maioria delas pode resultar em infecções com graus variados de gravidade em cães e gatos domésticos e selvagens.

    Animais com suspeita de infecção pelo FCoV não são usualmente diagnosticados por métodos imunológicos rápidos ou em laboratório (ELISA). O método de RT-PCR pode ser usado para detecção de FCoV em amostras clínicas (fezes, sangue, plasma, efusão). Protocolos de PCR em tempo real (qPCR) permitem a obtenção de dados detecçãos (detecção) e quantitativos (carga viral), possibilitando a caracterização do agente infeccioso em infecções sistêmicas (como a PIF).





    Vírus da Leucemia Felina - FeLV

    felvv - Detecção RNA - virion

    felvvq - Quantitativo RNA - virion

    felvp - Detecção DNA - pró-vírus

    felvpq - Quantitativo DNA - pró-vírus

    O vírus da leucemia felina (FeLV) é retrovírus que induz depressão do sistema imunológico, anemia ou linfoma. A partícula viral é envelopada e possui RNA fita simples positiva linear. O FeLV pertence ao gênero Gammaretrovirus da família Retroviridae.

    A transmissão ocorre principalmente por meio de contato ou fômites. Em grandes grupos de gatos não vacinados, cerca de 30-40% desenvolverão viremia persistente, 30-40% apresentarão viremia transitória e 20-30% soroconversão. Gatos jovens são especialmente suscetíveis à infecção por FeLV. Os sinais mais comuns de uma viremia persistente são imunossupressão, anemia e linfoma. Os sinais menos comuns são doença imunomediada, enterite crônica, distúrbios reprodutivos e neuropatias periféricas. A maioria dos gatos com viremia persistente morre dentro de 2-3 anos.

    O RNA viral plasmático e as cargas de DNA proviral são importantes parâmetros da progressão da doença, pois levam a diferentes desfechos de infecção, variando de viremia persistente à imunidade. Apresenta elevada diversidade genética devido a eventos de recombinação e mutação. Também é classicamente dividida em tipos (A, B, C, D, etc.) devido à ocorrência de diferentes tipos virais recombinantes com outros FeLV ou mesmo sequencias endógenas do hospedeiro felino.

    O diagnóstico das infecções na rotina clínica é realizado por meio de testes rápidos (imunocromatográficos) e moleculares (principalmente a PCR, polymerase chain reaction). Os testes rápidos analisam o antígeno viral p27. A PCR é uma técnica de detecção e quantificação dos vírus (carga viral), com elevada performance analítica e diagnóstica. É recomendada tanto para a confirmação da infecção como na determinação da carga viral para acompanhar a evolução clínica.





    Vírus da Imunodeficiência Felina - FIV

    fivv - Detecção RNA - virion

    fivvq - Quantitativo RNA - virion

    fivp - Detecção DNA - pró-vírus

    fivpq - Quantitativo DNA - pró-vírus

    O vírus da imunodeficiência felina (FIV, Feline immunodeficiency virus) é o causador da imunodeficiência felina. A síndrome da imunodeficiência adquirida leva a infecções oportunistas, doenças neurológicas e tumores. O vírus é envelopado e possui RNA de fita simples positiva linear. Pertence ao gênero Lentivirus, da família Retroviridae, que apresenta elevada diversidade genética devido a eventos de recombinação e mutação, sendo classificada em subtipos (principalmente A, B e C). O diagnóstico das infecções na rotina clínica é realizado por meio de testes rápidos (imunocromatográficos) e moleculares (principalmente a PCR). Os testes rápidos analisam anticorpos anti-FIV. Já a PCR e qPCR possibilitam a detecção e quantificação dos vírus (carga viral), sendo utilizadas tanto na confirmação da infecção como na avaliação da carga viral.





    Vírus da Panleucopenia Felina - FPV

    fpv - Detecção RNA

    fpvq - Quantitativo RNA

    O vírus da panleucopenia felina (FPV) causa parvovirose felina, portanto também é denominado de vírus da parvovirose felina. A doença se caracteriza clinicamente como uma gastroenterite. O vírus não apresenta envelope e possui DNA genômico de fita simples como material genético. Taxonomicamente, pertence ao gênero Protoparvovirus da família Parvoviridae. A contaminação com o FPV ocorre geralmente pelo contato direto ou indireto com fezes infectadas. As manifestações clínicas são variáveis com base na dose infectante, na idade do animal, nas predisposições em potencial da raça e na imunidade anterior a partir dos anticorpos maternos, exposição prévia ou vacinação. A maioria dos gatos não apresenta sintomas que, quando ocorrem, constituem-se em febre aguda, vômito, diarreia, decúbito esternal com pernas abduzidas e inclinação da cabeça, descarga nasal e conjuntivite. A diarreia pode ser sanguinolenta. Tremor intencional ocorre naqueles com hipoplasia cerebelar. Infecções causadas pelo FPV e pelo parvovírus canino (CPV-2) ocorrem também em outros mamíferos domésticos e silvestres. Existem vacinas com vírus vivo modificado que são usadas especialmente por gatos domésticos. Gatos com suspeita de parvovirose são usualmente avaliados por métodos imunológicos (tipo ELISA). Recentemente os testes rápidos imunocromatográficos (SNAP, ALERE) também tem sido usados. Esses testes detectam antígenos do FPV nas amostras, principalmente fezes. Testes confirmatórios de ELISA podem ser realizados em laboratórios especializados. Métodos de Biologia Molecular são rápidos, sensíveis e específicos para detecção de FPV em amostras clínicas. Protocolos de qPCR (PCR em tempo real) permitem a obtenção de dados detecçãos (detecção) e quantitativos (carga viral), possibilitando a rápida detecção de animais contaminados e a determinação da carga viral em infecções sistêmicas.





    Leishmania infantum

    lvc - Detecção DNA

    lvcq - Quantitativo DNA

    A leishmaniose é menos conhecida em gatos do que em cães e humanos, pois os gatos eram tradicionalmente considerados resistentes à infecção, enquanto os cães são o principal reservatório. Os gatos são infectados pela mesma espécie de Leishmania que os cães e humanos em áreas tropicais e subtropicais em todo o mundo. Os vetores se alimentam de sangue de gatos e se infectam quando se alimentam de gatos com L. infantum. Apenas casos esporádicos de doença felina foram relatados em todo o mundo em áreas endêmicas de leishmaniose canina, causada principalmente por L. infantum. Investigações epidemiológicas confirmaram, no entanto, que as infecções felinas não são raras e a ocorrência da doença pode ser subestimada. Mais da metade dos casos apresenta lesões dermatológicas e mucocutâneas (principalmente dermatite ulcerativa e nodular) e linfonodomegalia; às vezes, esses são os únicos achados ao exame físico. Lesões oculares (blefaroconjuntivite, ceratite, uveíte, panoftalmite) e orais (nódulos, gengivo-estomatite crônica), bem como sinais clínicos gerais (perda de peso, diminuição do apetite e letargia), anemia, hiperglobulinemia e proteinúria são relatados. Outras manifestações clínicas são relatadas esporadicamente e um papel causal para o L. infantum nem sempre foi demonstrado e muitas vezes são observadas coinfecções e comorbidades.

    A confirmação parasitológica da leishmaniose pode ser obtida por citologia, histologia com imuno-histoquímica, cultura ou por PCR, realizada em amostras colhidas da pele, mucosas, linfonodos, medula óssea, sangue ou quaisquer outros tecidos afetados. Testes de anticorpos usando diferentes técnicas também são usados para avaliar a prevalência de infecção e apoiar o diagnóstico em casos clínicos suspeitos. 





    Leptospira - cepas patogênicas

    lpt - Detecção DNA

    lptq - Quantitativo DNA

    A infecção por Leptospira spp. pode causar leptospirose, doença bacteriana que afeta animais domésticos e selvagens, além de humanos, que foi relatada em mais de 150 espécies de mamíferos. A leptospirose é agravada pelos animais silvestres e domésticos infectados sub clinicamente, que servem como hospedeiros reservatórios e são fonte potencial da infecção para hospedeiros acidentais. A infecção por leptospira em gatos é comum, geralmente relacionada à caça de roedores. No entanto, a doença em gatos é considerada rara, apesar do crescente número de relatos. Além disto, o fato de que os gatos podem disseminar Leptospira com a urina e, portanto, servir como uma fonte potencial de infecção, tem ganhado cada vez mais atenção. O papel dos gatos portadores saudáveis ​​como fonte de contaminação, bem como o papel das leptospiras como patógeno em gatos, provavelmente foi subestimado no passado.
    As leptospiras são transmitidas por contato direto ou indireto. A transmissão direta ocorre através da urina, por via venérea, transferência placentária, mordidas ou ingestão de animais ou tecidos infectados. Em cães e humanos, a transmissão indireta é mais frequente do que a transmissão direta e ocorre através da exposição a ambientes contaminados, por exemplo, solo, alimentos e cama. Assim, o contato com a água é mais importante em cães e humanos e habitats com água estagnada ou lenta favorecem a sobrevivência do organismo. Leptospiras em água contaminada invadem o hospedeiro através de feridas na pele, mas também através das mucosas. Em gatos, a transmissão indireta através do contato com a água é menos provável devido à aversão a nadar, mas eles podem ser infectados ao beber de fontes naturais de água.
    A detecção de Leptospira sp. pode ser obtida por várias técnicas, incluindo visualização por microscopia, cultura do organismo ou detecção de DNA por PCR. Os métodos diretos, no entanto, são mais confiáveis ​​para os resultados positivos, já que o negativo nunca exclui a presença do agente infeccioso devido ao fato de que o agente é eliminado de forma intermitente, e às vezes em números baixos.