Avaliação da proteção vacinal pela quantificação dos sorotipos 1 e 3 de MDV e diferenciação de cepas de desafio e vacinais de MDV1
Os vírus da vacina da Doença de Marek estabelecem infecção persistente e imunidade vitalícia, protegendo eficazmente contra tumores e mortalidade. No entanto, a vacinação não previne a superinfecção, replicação e disseminação de vírus de desafio virulento (Davison e Nair, 2005; Gimeno, 2008), de modo que as galinhas podem estar potencialmente infectadas simultaneamente com as cepas vacinais e virulentas do MDV (Baigent et al., 2016). A quantificação do vírus pela Real Time PCR combinada com a diferenciação do tipo vacinal e de desafio numa mesma ave (pela PCR) confirmam o sucesso da vacinação e ajudam a identificar as causas de falha, como a administração de dose sub-ótima, interferência na replicação do vírus da vacina por anticorpos maternos e infecção com cepas virulentas do campo de MDV, servindo, ainda, para avaliar a eficácia de diferentes vacinas.
A Doença de Marek
A doença de Marek é provocada por um herpesvírus oncogênico (MDV) de galinhas que se replica no tecido linfático e epitelial. Inicialmente, ocorre infecção citolítica associada a linfócitos, que progride para infecção latente em cerca de 7 dias. Os linfócitos T infectados transportam o vírus através da corrente sanguínea para os órgãos, nervos periféricos e epitélio do folículo das penas. Nos órgãos e nos nervos periféricos de genótipos suscetíveis de galinha, os linfócitos infectados proliferam para formar linfomas (Calnek, 2001). A replicação do MDV nos folículos resulta na liberação de vírus envelopados, livres de células, são eliminados com fragmentos de pele e penas, tornando-se fonte de infecção para outros frangos. O uso de pontas de penas para detecção de MDV tem sido documentado há muito tempo (Calnek et al., 1970) e seu valor na pesquisa e diagnóstico de MDV recentemente destacado. Penas podem ser amostradas prontamente de aves vivas e extratos de suas pontas são fonte de DNA de MDV para quantificação pela Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real - qPCR. Baigent et al. (2005) propuseram medir a carga de MDV em penas para monitorar o processo de vacinação, para determinar os tempos pós-vacinação em que a proteção é mínima ou máxima, e o tempo ideal para revacinação. Em aves infectadas com MDV virulento, a carga viral viral também pode ser um preditor útil. Procure maiores informações pelo contato@simbios.com.br.
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BAIGENT, Susan J. et al. Absolute quantitation of Marek´s disease virus genome copy number in chicken feather and lymphocyte samples using real-time PCR. Journal of virological methods, v. 123, n. 1, p. 53-64, 2005.
BAIGENT, Susan J.; NAIR, Venugopal K.; LE GALLUDEC, Hervé. Real-time PCR for differential quantification of CVI988 vaccine virus and virulent strains of Marek´s disease virus. Journal of virological methods, v. 233, p. 23-36, 2016.
CALNEK, B. W.; ADLDINGER, Hans K.; KAHN, Donald E. Feather follicle epithelium: a source of enveloped and infectious cell-free herpesvirus from Marek´s disease. Avian diseases, p. 219-233, 1970. CALNEK, B. W. Pathogenesis of Marek´s disease virus infection. In: Marek´s Disease. Springer, Berlin, Heidelberg, 2001. p. 25-55.
DAVIDSON, Irit; BORENSHTAIN, Rinat. Novel applications of feather tip extracts from MDV infected chickens; diagnosis of commercial broilers, whole genome separation by PFGE and synchronic mucosal infection. Pathogens and Disease, v. 38, n. 3, p. 199-203, 2003.
DAVISON, Fred; NAIR, Venugopal. Use of Marek´s disease vaccines: could they be driving the virus to increasing virulence?. Expert review of vaccines, v. 4, n. 1, p. 77-88, 2005.
GIMENO, Isabel M. Marek´s disease vaccines: a solution for today but a worry for tomorrow?. Vaccine, v. 26, p. C31-C41, 2008.