Vigilância epidemiológica molecular em FAdV
Os adenovírus aviários, especialmente FAdV, vêm ganhando importância na avicultura comercial nas últimas duas décadas devido ao seu impacto nos índices zootécnicos, econômicos e no bem estar animal. Normalmente relacionado a quadros subclínicos, compreende cinco espécies de distribuição global, de A a E, sem resposta imune cruzada. Protocolos sanitários dependem da vigilância epidemiológica, base para a confecção de vacinas autógenas.
Entre julho de 2020 e janeiro de 2024, a Simbios Biotecnologia realizou análises de distribuição e prevalência em 719 amostras clínicas brasileiras, classificadas a partir de 2476 amostras recebidas para análise de FAdV. Elas tinham como origem principal, conforme informado pelos solicitantes das análises, as regiões Sudeste e Sul do país, representando 52% e 40% do total, respectivamente. Também foram analisados espécimes das regiões Centro-Oeste e Nordeste.
Das 102 amostras positivas (14%), 34 foram enviadas para sequenciamento Sanger entre os anos de 2021 e 2023. Os resultados dos sequenciamentos apontam predominância do sorotipo D no país, com 56% de prevalência, seguido pelos sorotipos E (27%) e A (15%). As estirpes virais mais frequentes foram D11, E8a e A1. O sorotipo B não foi identificado no país e o sorotipo C foi encontrado em apenas uma amostra, em 2021. Na figura abaixo encontra-se a distribuição dos sorotipos sequenciados ao longo destes cinco anos; observa-se que os sorotipos A e E não foram identificados em 2023, apesar de terem prevalência significativa nos anos anteriores.
Foi possível a identificação das idades dos lotes enviados para análise em 300 das amostras. Aves de ciclo curto representaram 62% das amostras; destas, 77% até as três semanas de idade. Dentre as aves de ciclo longo, a fase de queda na postura foi a mais frequentemente amostrada, com 54% das amostras do ciclo. Os resultados positivos compuseram 18% das análises de aves de ciclo curto, com aumento na porcentagem de positivos na fase inicial em comparação à anterior, e apenas 7% das análises de ciclo longo.
Recentemente, a Simbios publicou, em colaboração, um artigo que relata o primeiro caso do sorotipo FAdV-11 como agente causador de surtos em matrizes comerciais no Brasil (1). Esse tema será aprofundado em futuras publicações.
A Simbios Biotecnologia atua na vigilância epidemiológica molecular de patógenos em avicultura, suinocultura e outras áreas veterinárias, fornecendo ferramentas para melhorar os índices produtivos e garantir a saúde única.