Patologias e biosseguridade na aquicultura
Os peixes diferem, em muitos aspectos, dos demais animais de produção pela grande dependência do meio, por serem ectotérmicos e precisarem de condições específicas de pH e salinidade da água para manutenção das funções orgânicas. Em situações adversas, como calor excessivo, alta densidade ou alterações físico-químicas da água, os sistemas orgânicos dos peixes ficam sobrecarregados e, consequentemente, mais suscetíveis a infecções, causadas até mesmo por organismos saprófitos (1, Embrapa).
Diversos vírus, bactérias, fungos e outros parasitos infectam os peixes de criação comercial. As infecções bacterianas mais comuns são as causadoras de sepse, como a Edwardsiella sp. (3, 4), as respiratórias, como Aeromonas sp., Pseudomonas sp., Flavobacterium columnare e Streptococcus sp. (5), as causadoras de doença granulomatosa, como Francisella orientalis (6) e Mycobacterium spp. (7). Dentre as viroses importantes para a tilapicultura nacional, destaca-se o Vírus da Necrose do Baço e do Rim (ISKNV) (8), o Vírus da Tilápia de Lago (TiLV) (9) e o Parvovírus de Tilápias (TiPV) (10). Como vírus importantes em outras espécies de peixes, cita-se também o Herpesvírus de Koi (11), o Vírus da Anemia Infecciosa dos Salmões (ISAV) (12) e os vírus necróticos dos sistemas nervoso (NNV) (13) e hematopoiético (IHNV) (14, 15, 16).
As doenças causadas por patógenos representam grande parte das perdas econômicas da piscicultura. A aplicação de boas práticas de manejo é o pilar da prevenção de doenças. Ainda assim, nem todos os fatores estão sob nosso controle, especialmente nas criações semiabertas a abertas, com variações inevitáveis de temperatura, pH, salinidade e estresse. Desta forma, a manutenção de um programa de biosseguridade, baseado no monitoramento sanitário das principais doenças e diagnóstico das enfermidades, mitiga impactos que comprometem a produção (17, PeixeBr).
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