Mudanças climáticas e consequências sanitárias: a leptospirose nas enchentes Simbios Biotecnologia

Mudanças climáticas e consequências sanitárias: a leptospirose nas enchentes

Nas últimas décadas, as mudanças climáticas, além de causarem desastres naturais sem precedentes, influenciam a prevalência e o perfil de diversas patologias. Neste contexto, torna-se especialmente importante a atenção às doenças diretamente relacionadas ao ambiente, como a leptospirose.


A leptospirose, revisada recentemente pelo Colégio Americano de Medicina Interna Veterinária (Sykes et al., 2023), é uma patologia multissistêmica de diferentes manifestações, principalmente hepáticas e renais, causada por bactérias espiroquetas do gênero Leptospira. Apresenta distribuição mundial, com aumento de casos em áreas alagadiças e sem acesso a saneamento básico. A doença é uma zoonose, que tem por hospedeiros o ser humano e diversos animais. Os roedores são amplamente conhecidos por seu papel como hospedeiros intermediários e fonte de infecção; os cães, por outro lado, têm sido reportados como sentinela de surtos em seres humanos, enquanto os felinos são tidos como animais resistentes à leptospirose, de papel controverso como possíveis reservatórios (2; 3; 4; 5).


A bactéria se mantém viável através da formação de biofilmes, tanto no hospedeiro quanto no ambiente (6; 7). Mesmo possível, a transmissão por mordidas ou predação não é frequente. A fonte de infecção mais relevante é o contato de mucosas ou pele lesionada com água contaminada, especialmente em regiões alagadiças, épocas de muita chuva ou no advento de enchentes, como as que o Rio Grande do Sul enfrentou recentemente (CDC; 9; 10). Os principais sinais clínicos compreendem colangiohepatite e tubulonefrite agudas, além de síndrome hemorrágica pulmonar, coagulopatias, pancreatite e alterações oculares (Sykes et al., 2023).


Além da gravidade da doença, o diagnóstico rápido e preciso da leptospirose ganha especial importância em momentos críticos, como nas inundações. O diagnóstico sorológico, através de teste de aglutinação microscópica (MAT) é muito útil na identificação de sorotipos, visto que estes são correspondentes aos protectotipos (1112). Entretanto, pela característica indireta (detecção de anticorpos) e pelo longo período de incubação da bactéria, de 7 a 14 dias, o teste é inadequado para o diagnóstico precoce, principalmente em surtos da doença. Em contrapartida, o diagnóstico molecular é extremamente sensível e específico e pode ser realizado já nos primeiros dias após a exposição ao patógeno, sendo ideal para a identificação do status de exposição de animais resgatados ou de procedência desconhecida (1314).


A Simbios Biotecnologia oferece serviços de análise laboratorial e o kit NewGene para leptospirose, bem como para as principais doenças infectocontagiosas que acometem cães e gatos, auxiliando no diagnóstico rápido e preciso na clínica de pequenos animais.