Leishmaniose canina e felina: desafios e caminhos para o diagnóstico
A Leishmaniose, causada por protozoários do gênero Leishmania spp. e transmitida pelo mosquito palha (Lutzomyia spp.), é zoonose de notificação obrigatória (WHO, MAPA) que possui distribuição mundial e endêmica em cães no Brasil. Causa preocupação em saúde única por desenvolver quadros clínicos graves e pela transmissão interespécies, envolvendo cães, gatos e humanos, por intermédio do vetor (3). O diagnóstico da doença revela-se um desafio, à medida em que possui diferentes apresentações clínicas com prognósticos variados que agregam complexidade ao tratamento.
A Leishmaniose se apresenta nas formas tegumentar, transmitida por L. brasiliensis e L. amazonensis, e visceral, que tem por agente L. infantum. Tradicionalmente, a forma tegumentar é descrita como branda e focal, restrita à pele e mucosas, enquanto a visceral apresenta-se mais agressiva, com presença do parasito principalmente em linfonodos, medula óssea, pele, conjuntiva e sangue. Entretanto, na rotina clínica, a gravidade do quadro não é determinada apenas pela espécie e carga do agente, mas também pelo tipo e grau da resposta imune desenvolvida pelo hospedeiro, de modo que um animal infectado por Leishmania infantum pode apresentar apenas sinais clínicos dermatológicos. Portanto, a diferenciação entre quadros viscerais e tegumentares, mesmo importante para determinação de prognóstico e curso de tratamento, é clinicamente inviável (5, 6, 7).
Não há vacinas atualmente disponíveis no Brasil para prevenção da doença. Uma vez infectados, os pacientes tornam-se portadores capazes de transmitir o agente quando em recidivas. A cura parasitológica está disponível apenas para humanos, sendo necessário que animais portadores de Leishmania spp. mantenham acompanhamento veterinário vitalício e frequente, além de implementação de ciclos onerosos de tratamento nas recidivas (8, 9, 10).
Tendo em vista a gravidade da doença, seu potencial zoonótico e dificuldades no diagnóstico clínico, tratamento e prevenção da infecção, o suporte laboratorial é fundamental na identificação precoce. O diagnóstico molecular apresenta diversas vantagens em comparação aos métodos tradicionais para Leishmaniose por sua alta sensibilidade, especificidade, precisão e acurácia, além de ser rápido e independente da resposta imune do hospedeiro, que apresenta variação considerável entre infectados. Além disto, a quantificação molecular da carga parasitária do indivíduo, bem como a identificação da espécie parasitária, possuem grande valor prognóstico (11, 12, 13).
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