
Importância do tipo de amostra e o momento da coleta na qualidade dos resultados
A qualidade de um resultado diagnóstico inicia com a seleção criteriosa do tipo de amostra e do momento correto de coleta. Estes elementos influenciam diretamente na capacidade de um teste diagnóstico molecular detectar o patógeno de interesse, garantindo informação de valor para o manejo sanitário. A variabilidade dos sinais clínicos dificulta o diagnóstico, mas uma coleta de amostras adequada, considerando o estágio da doença, é fundamental para o controle epidemiológico eficiente.
Tipo de amostra e momento da coleta
Exemplificando com Bronquite Infecciosa das Galinhas, a escolha do tipo de amostra a ser coletada depende da forma clínica da doença e dos sinais apresentados pelas aves suspeitas:
- Doença respiratória aguda: suabes do trato respiratório superior de aves vivas ou tecidos traqueais.
- Nefrite ou problemas na produção de ovos: amostras dos rins ou do oviduto.
- Infecções crônicas ou em aves vacinadas: amostras dos rins, tonsilas cecais e cloaca.
O momento adequado da coleta de amostras é outro fator crítico no diagnóstico molecular, devendo ser ajustado de acordo com o estágio da infecção. Ainda considerando as infecções de IBV, durante as fases iniciais, a carga viral costuma ser mais alta em locais primários de replicação ativa, aumentando as chances de detecção.
Durante a primeira semana de infecção, o vírus está mais localizado nas vias respiratórias, sendo indicada a coleta de suabes ou tecidos traqueais. A partir da segunda semana, devido ao tropismo do vírus, convém testar amostras do sistema digestivo (suabes cloacais e tonsilas cecais).
Para a infecção com IBDV, na Doença de Gumboro, a concentração viral é inicialmente maior na bursa de Fabricius e, em estágios mais avançados, em outros tecidos linfoides, como baço e tonsilas cecais. Para a infecção por AMPV, o trato respiratório é o principal sítio de replicação na fase aguda, sendo recomendada a coleta de suabes neste local.
Estes exemplos ilustram a necessidade de adaptar a estratégia de coleta da amostra para maximizar a eficiência dos testes moleculares, reduzindo o risco de resultados falso-negativos, garantindo análises mais precisas para o diagnóstico.
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Qualidade na fase pré-analítica