Importância da amostragem na qualidade dos resultados
Você sabia que o sucesso do diagnóstico começa muito antes da liberação do resultado? Iniciaremos uma série de publicações abordando a etapa pré-analítica, que exerce impacto direto na qualidade dos resultados, discutindo os principais aspectos da coleta de material, desde a definição da amostragem e do espécimen ideal, até o transporte e o armazenamento adequados.
O dimensionamento adequado de um plano de amostragem busca equilibrar diversos fatores, como a gestão de riscos sanitários, a significância estatística e os custos envolvidos na análise. Um plano eficaz otimiza recursos, gera informações valiosas e minimiza falhas e despesas excessivas.
Criando um plano de amostragem
1) Identificar a finalidade
O ponto de partida para um plano de amostragem eficaz é definir sua finalidade. Você está buscando monitorar e gerenciar riscos de uma população ou diagnosticar casos suspeitos? Qual o patógeno suspeito? Estas definições direcionam a escolha dos espécimens, dos animais testados e do número de amostras.
2) Definir o número amostral
Diante da variedade de métodos descritos na literatura e da experiência prática, sugere-se o seguinte esquema:
Para fins diagnósticos
É usual compor a amostragem com espécimens procedentes de 10 animais de um mesmo lote. Consultando-se o gráfico da ilustração, nota-se que a prevalência de um patógeno deverá apresentar-se em, no mínimo, 25% dos animais do lote para que seja detectado (LC=95%). Com frequência, esta amostragem demonstra-se suficiente para os mais variados patógenos, presumivelmente por estarem relacionados a casos essencialmente agudos.
Tamanho Amostral (n) com base na Prevalência Estimada (P), com Limite de Confiança (LC) de 95%.
Para fins de monitoramento
O número de amostras a ser coletado varia de acordo com a prevalência mínima do agente no lote e da sensibilidade do teste utilizado. Dentro deste princípio, ao coletarmos 100 espécimens de mesmo lote, um caso de negatividade indicará prevalência do patógeno inferior a 3% (LC=95%). Tabelas de amostragem podem auxiliar na definição da quantidade ideal.
Dica: A prática de constituir pools de amostras (agrupamento de amostras) de múltiplos animais para testes de monitoria oferece benefícios significativos, principalmente em termos de cobertura em nível populacional quando a prevalência é baixa (<10%) e o número de testes é limitado.
A Simbios incentiva a amostragem eficiente ao propor uma tabela de preços vantajosa para a composição de pools. Essa estratégia facilita o planejamento amostral, otimizando recursos e agregando valor aos resultados, ao mesmo tempo em que reduz custos.
3) Garantir a representatividade das amostragens
- Aleatoriedade: as amostras devem ser coletadas em diversos pontos do ambiente (galpão, baias, etc.), evitando vieses.
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Escolha da fase, aguda ou sintomática: ainda assim, é recomendado coletar amostras em diferentes momentos da evolução da enfermidade, incluindo aves com sinais clínicos iniciais e avançados e em diferentes condições - sintomáticas e assintomáticas;
Uma amostragem bem planejada é fundamental para garantir a qualidade e confiabilidade dos resultados, pois define a representatividade dos dados analisados.
Nos próximos textos, discutiremos a importância da coleta de dados e como ela se relaciona com a amostragem.