Controle da Doença de Gumboro e a importância da análise molecular Simbios Biotecnologia

Controle da Doença de Gumboro e a importância da análise molecular

A Doença de Gumboro, causada pelo vírus da bursite infecciosa (IBDV), é uma das principais ameaças à avicultura global. Altamente contagioso, o IBDV causa imunossupressão em aves jovens, resultando em perdas econômicas significativas. A diversidade genética e antigênica do vírus, com o surgimento de cepas clássicas, variantes e muito virulentas, torna seu controle um desafio complexo. A evolução do vírus ao longo dos anos, com mutações que permitem escapar da imunidade induzida por vacinas, exige estratégias de monitoramento e controle cada vez mais sofisticadas.


As modernas técnicas moleculares, como a filogenética e a filodinâmica, têm sido fundamentais para desvendar a história evolutiva do IBDV. Através da análise de sequências genéticas, é possível identificar mutações relevantes, traçar a disseminação de diferentes linhagens e monitorar a evolução do vírus. Essas ferramentas permitem classificar o IBDV em genogrupos, como proposto por Michel e Jackwood (2017), que identificaram sete genogrupos principais, incluindo o Genogrupo 4 (dIBDV), de grande relevância na América do Sul.


O Genogrupo 4 (dIBDV) tem ganhado destaque devido ao seu impacto na avicultura sul-americana. Caracterizado por cepas altamente divergentes, esse grupo causa infecções subclínicas que resultam em atrofia bursal e imunossupressão, sem sinais clínicos evidentes. Estudos filodinâmicos indicam que o dIBDV teve origem na Europa Oriental e se disseminou globalmente, chegando ao Brasil na década de 1960. A análise de mutações específicas em aminoácidos chave, como S222 e T272, tem ajudado a entender a evolução dessas cepas e a desenvolver vacinas mais eficazes.


A análise molecular é essencial para o controle da Doença de Gumboro. Ao estabelecer entendimento sobre a evolução e disseminação do IBDV, essas técnicas permitem o desenvolvimento de estratégias de vacinação mais direcionadas e a implementação de medidas de controle mais eficientes. A compreensão detalhada de cepas, como as do Genogrupo 4, é crucial para mitigar o impacto econômico da doença e garantir a sustentabilidade da avicultura.


Nos dias 18 e 19 de fevereiro, a Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA WPSA-BR) promove o Simpósio sobre Imunossupressão e Enfermidades de Notificação Obrigatória em Aves e Suínos. E a Simbios Biotecnologia estará representada na programação por André Fonseca. O sócio-fundador e diretor-executivo da Simbios Biotecnologia falará no primeiro dia de evento, às 13h30min, durante a palestra Doença de Gumboro: cepas brasileiras e a nova nomenclatura (G4).